Imagem: Fabiano Reloaded - Parque Farroupilha, Porto Alegre

sábado, 28 de janeiro de 2012

JESUS E ATUALIDADE - Divaldo Pereira Franco pelo Espírito de Joanna de Ângelis

JESUS E REENCARNAÇÃO

Não fosse Jesus reencarnacionista e toda a Sua mensagem seria fragmentária, sem suporte de segurança, por faltar-lhe a justiça na sua mais alta expressão propiciando ao infrator a oportunidade reeducativa, como consequente crescimento para a liberdade a que aspira.

O amor por Ele ensinado, se não tivesse como apoio a bênção do renascimento corporal ensejando recomeço e reparação, teria um caráter de transitoriedade preferencial emocional, com a seleção dos eleitos e felizes em detrimento dos antipáticos e desditosos.

Com o apoio na doutrina dos renascimentos físicos, Ele identificava de imediato quais os necessitados que estavam em condições de recuperar a saúde ou não, tendo em consideração os fatores que os conduziam ao sofrimento. E por isso mesmo, nem todos aqueles que Lhe buscavam ajuda logravam-na ou recuperavam-se.
Porque sabia ser enfermo o Espírito, e, não o corpo, sempre se dirigia preferencialmente à individualidade, e não à personalidade de que se revestia cada homem.

Sabendo acerca da fragilidade humana, emulava à fortaleza, fiel, à Lei de Causa e Efeito vigente no mundo.
Não apenas no diálogo mantido com Nicodemos vibrou a Sua declaração quanto à “necessidade de nascer de novo”. Ela se repete de forma variada, outras vezes, confirmando o processo das sucessivas experiências carnais, método misericordioso do amor de Deus para o benefício de todos os Espíritos.

Nenhuma surpresa causara aos Seus discípulos a resposta a respeito do Elias que já viera, assim como a indagação em torno de quem Ele seria, segundo a opinião do povo, em razão de ser crença, quase generalizada à época, e à pluralidade dos renascimentos.

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Espírito puro, jamais enfermou, enfrentando os fatores climáticos e ambientais mais diversos com a mesma pujança de força e saúde a se refletir na expressão de beleza e de paz Nele estampada.
Quem O visse, jamais O olvidaria, e todo aquele que Lhe sentisse o toque amoroso, ficaria impregnado pelo seu magnetismo para sempre.

É verdade que não poucos homens, que foram comensais da Sua misericórdia, aparentemente O esqueceram... Todavia, reencarnaram-se através da História, recordando-O às multidões, e ainda hoje se encontram empenhados em fazê-lO conhecido e amado.

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A psicoterapia que Ele utilizava era centrada na reencarnação, por saber que o homem é o modelador do próprio destino, vivendo con­forme o estabeleceu através dos atos nas experiências passadas.

Por tal razão, jamais condenou a quem quer que fosse, sempre oferecendo a ocasião para re­parar o prejuízo e recuperar-se diante da própria, bem como da Consciência Divina.

Sem preferência ou disputa por alguma ou coisa alguma, a tudo e a todos amou com desvelo, albergando a humanidade de todos os tempos no Seu inefável afeto.

Espalhou missionários pela Terra, falando a linguagem da reencarnação, até o momen­to em que Ele próprio veio confirmá-la, acenando com esperança futura de felicidade para todas as criaturas.

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Não te crucifiques na consciência de culpa, após reconheceres o teu erro.

Não te encarceres em sombras, depois de iden­tificares os teus delitos.

Não te amargures em demasia, descobrin­do-te equivocado.

Renasce dos teus escombros e recomeça a recuperação de imediato, evitando futuros retor­nos expiatórios, injunções excruciantes, situa­ções penosas.

Pede perdão e reabilita-te, ante aquele a quem ofendeste e prejudicaste.

Se ele te desculpar, será bom para ambos.  Porém, se não o fizer, compreende-o e segue adian­te, não mais errando.

Infelicitado por alguém, perdoa-o e desatre­la-te dele, facultando-lhe a paz e vivendo o bem-es­tar que decorre da ação correta.

A reencarnação de que te utilizas é concessão superior, que não podes desperdiçar.

Cada momento é valioso para o teu trabalho de sublimação, de desapego, de amor puro.

Abrevia os teus renascimentos agindo corretamente e servindo sem cansaço, com alegria,  porquanto, para adentrares o reino dos céus, que se estende da consciência na direção do infinito, é necessário nascer de novo, conforme Ele acentuou.

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O processo de evolução constitui para o Espírito um grande desafio.

Acostumado às vibrações mais fortes no campo dos sentidos físicos, somente quando a dor o visita é que ele começa a aspirar por impressões mais elevadas, nas quais encontre lenitivo, anelando por conquistas mais importantes.

Vivendo em luta constante contra os fatores constringentes do estágio em que se demora, vez por outra experimenta paz, que passa a querer em forma duradoura.

No começo, são as dores com intervalos de bem-estar que o assinalam, até conseguir a tranquilidade com breves presenças do sofrimento, culminando com a plenitude sem aflição.

De degrau em degrau ascende, caindo para levantar-se, atraído pelo sublime tropismo do Amor.

Conseguir o estágio mais alto, significa-lhe triunfar.

Aturdido e inseguro, descobre uma conspiração quase geral contra o seu fatalismo. São as suas heranças passadas que agora ressurgem, procurando retê-lo na área estreita do imediatismo, em nível inferior de consciência, onde, apenas se nutre, dorme e se reproduz, com indiferença pelas emoções do belo, do nobre, do sadio.

Anestesiados pelas necessidades vegetativas, busca apenas o gozo, que termina por causar-lhe saturação, passando a um estado de tédio que antecipa a necessidade premente de outros valores.

Lentamente desperta para realidades que antes não o sensibilizavam e, de repente, passam a significar-lhe meta a conseguir, sentindo-se estimulado a abandonar a inoperância.

O psiquismo divino, nele latente, responde ao apelo das forças superiores e desatrela-se do cárcere celular, qual antena que capta a emissão de mensagens alcançadas somente nas ondas em que sintoniza.

O primeiro desafio, o de penetrar emoções novas, o atrai, impelindo-o a tentames cada vez mais complexos, portanto, mais audaciosos.

Experimentando este prazer petico e estético, diferente da brutalidade do primarismo, acostuma-se com ele e esforça-se para novos cometimentos que, a partir de então, já não cessam, desde que, encerrado um ciclo, qual espiral infinita, outro prazer se abre atraente, parecendo-lhe cada vez mais fácil.

Tudo na vida são desafios ás resistências.

A “lei de entropia” degrada a energia que tende à consumpção, para manter o equilíbrio térmico de todas as coisas.

O envelhecimento e a morte são fenômenos inevitáveis no cosmo biológico e no universo.

Os batimentos cardíacos são desafios à resistência do músculo que os experimenta; os peristálticos são teste constante para as fibras que os sofrem; a circulação das células; a respiração constitui fator básico, sem o qual a vida perece. Tudo isso e mito mais, na área dos automatismos fisiológicos, a interferir nos de natureza psicológica.

É natural que o mesmo suceda no campo moral do ser, que nunca retrocede e não deve estacionar sob pretexto algum.

No progresso, a evolução é inevitável. A Felicidade é o ponto final.

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Não cabe ao homem retroceder na luta, se não para reabastecer-se de forças e prosseguir nos embates.

O crescimento de qualquer ideal é resultado dos estágios inferiores vencidos, das etapas superadas, dos desafios enfrentados.